Nos corredores da Adidas, funcionários brincam que o único país garantido na final da Copa do Mundo é o Paquistão. É ali no subcontinente indiano, na cidade de Sialkot, que está 70% da produção da Brazuca, a bola oficial do Mundial fabricada pela multinacional alemã.
O futebol não é o esporte mais popular no Paquistão, que herdou do colonizador britânico a paixão pelo críquete. Mas o país se tornou o centro da produção mundial de bolas de futebol. Em Sialkot, cerca de 2.000 fábricas produzem anualmente 20 milhões de bolas para as gigantes do setor, como Nike, Adidas e Reebok.
A empresa Forward Sports, a maior da região, ganhou o contrato da Adidas para o Mundial do Brasil, superando fábricas da China que foram responsável por toda a produção da Jabulani, a bola da Copa de 2010.
"Agora que o padrão de vida na China está crescendo, os salários também estão", disse Mohammad Younus Sony, chefe da associação da indústria de esportes do Paquistão, ao site da Bloomberg. "Nós temos um competidor a menos. Temos mais trabalho barato e nossos produtos são bons em preço."
A maioria dos 1.800 trabalhadores que costuram a bola da Copa recebem o salário mínimo no Paquistão, que foi recentemente reajustado para 10.000 rúpias mensais, o equivalente a cerca de R$ 220. O custo médio do aluguel de um apartamento de um quarto no centro da cidade é estimado em 17.500 rúpias (R$ 390). No Brasil, a Brazuca é encontrada nas lojas por até R$ 400.
A Câmara de Comércio de Sialkot admite que os salários pagos são baixos e que vem tentando mudar a situação. Mas os empregadores dizem depender de um aumento no preço do produto no mercado externo para turbinar os salários.
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