Após mais um tropeço em casa – empate contra o Atlético-PR no Canindé – Mano Menezes admitiu que a bola não está chegando aos atacantes do Corinthians. O técnico foi mais específico: está faltando algo na transição entre a defesa e o meio, para que as jogadas cheguem aos armadores com espaço para que criem.
"Nossa bola está demorando para chegar, precisa chegar mais rápida de trás, para chegar no meia com alguma liberdade. Se isso não ocorre, fica difícil sair da marcação. Todo mundo marca muito hoje. Quando a bola chega boa, e o meia tem espaço, consegue criar alguma coisa individualmente", explica.
Receber a bola no campo de defesa, de um zagueiro ou de um volante, e fazer rapidamente a transição para que ela chegue aos armadores e aos homens de frente. A missão não é fácil, mas existe no elenco corintiano um jogador que tem exatamente essas características: Elias.
Há muito tempo o Corinthians não sabe o que é viver sem um camisa 8 moderno. Paulinho, em 2012 e no segundo semestre de 2013, fazia a função com perfeição: atuava de uma intermediária a outra, ajudando na defesa, levando a bola aos meias e atacantes e aparecendo como elemento surpresa para finalizar.
O volante da seleção brasileira e do Tottenham, entretanto, não foi o pioneiro no desempenho dessa função no Parque São Jorge: a "tocha" foi passada justamente por Elias, que fazia ao lado de Cristian o que Paulinho passou a fazer ao lado de Ralf.
Mano Menezes parece ter consciência disso. O técnico, afinal, conhece Elias muito bem. Talvez seja ele a quem tenha se referido na entrevista coletiva após o empate desta quarta, ao traçar um cronograma para a resolução do problema no meio de campo corintiano.
"Precisamos resolver isso. Vai demorar um pouquinho, mas vamos resolver" disse o técnico.
Este pouquinho deve ser, pelo menos, até a volta do intervalo para a Copa do Mundo. Elias transferiu-se para o Corinthians após o término da janela de transferências para atletas vindos do exterior, e por isso só pode ser inscrito no Brasileirão após a parada.
Enquanto não pode contar com o reforço, o treinador corintiano busca alternativas para resolver o problema. Com Guilherme lesionado, utilizou três meias – Jadson, Petros e Renato Augusto – diante do Furacão. O resultado, porém, não agradou.
No segundo tempo entendi que precisava de uma proximidade maior com o Paolo (Guerrero). O Renato e o Jadson estavam com funções muito parecidas, um prejudicando o outro em vários momentos" afirmou.
O time deve sofrer novas mudanças para a próxima partida, já no domingo, diante do Sport, na Ilha do Retiro.
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