quarta-feira, 17 de setembro de 2014

Acusada de racismo desiste de encontrar Aranha e perde coragem de ver jogo


A torcedora do Grêmio flagrada atos racistas contra o goleiro Aranha no último dia 28 em duelo entre as duas equipes pela Copa do Brasil não tem 'coragem' de assistir jogos de futebol. Abalada por tudo que ocorreu nos dias que sucederam a partida em que foi filmada pelas câmeras de transmissão do jogo chamando o camisa 1 da equipe paulista de 'macaco', a jovem de 23 anos quer distância do esporte que antes gostava tanto. Com as equipes prestes a se enfrentarem novamente na Arena, ela desistiu de encontrar o goleiro santista.

"A Patrícia respeita a posição do goleiro em não querer encontrá-la e não tem nada previsto para que o encontro ocorra. Ela não irá ao jogo", disse o advogado da jovem, Alexandre Rossato, ao UOL Esporte.

Patrícia foi flagrada gritando repetidamente 'macaco' para o goleiro na partida em que o Santos venceu o Grêmio por 2 a 0, pelas oitavas de final da Copa do Brasil. E desde então sua vida mudou totalmente. As imagens rodaram o mundo, ela perdeu emprego, precisou deixar Porto Alegre, necessitou de auxílio médico, entrou em início de depressão, mudou-se da capital gaúcha, viu a casa onde morava ser alvo de um incêndio criminoso e por tudo isso quer distância do esporte.

"Infelizmente ela não tem mais coragem de assistir futebol. Pelo menos por ora", informou o advogado.

Patrícia já se manifestou uma série de vezes sobre o ocorrido. Em todas chorou muito e repetiu que jamais teve a intenção de ofender o goleiro. Ela chegou a pedir um encontro com ele, rejeitado pelo atleta.

Enquanto isso, o Grêmio foi punido com a exclusão da Copa do Brasil e tenta reverter tal situação em julgamento no Pleno do STJD no próximo dia 26.

E o caso anda gera repercussões. Na terça-feira, por exemplo, o técnico Luiz Felipe Scolari levantou nova polêmica ao questionar se a imprensa iria cair na 'armadilha' do goleiro do Santos novamente.

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul está concluindo as investigações sobre o caso e promete indiciar cerca de cinco acusados pelos atos de injúria racial ainda nesta semana. A pena prevista é de 1 a 3 anos de detenção, mas cabe pagamento de fiança.

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