A cada jogo da seleção
brasileira de futebol que eu assisto é uma grande experiência. Uma viagem. Uma
grande e fantástica viagem no tempo.
Vendo a seleção montada
por Dunga em campo, sou automaticamente transportado para uma época na qual a
minha única preocupação era o boletim escolar.
Não se preocupe caro
leitor, eu, eu não estou ficando louco. Tampouco querendo comparar esta seleção
que vemos atualmente pelos campos do mundo nos representando com qualquer outra
seleção que já nos representou, nem mesmo à seleção do fatídico 7 a 1. Mas sim,
com alguns times de futebol com os quais joguei durante a minha infância e adolescência
(e até mesmo na fase adulta).
Vendo o esquema tático
adotado pela nossa seleção, a disposição dos jogadores em campo e,
principalmente a forma que ela joga, não dá para não se lembrar daqueles tempos
áureos em que eu achava ser um jogador de futebol.
O futebol é, e sempre foi
o esporte mais popular do país, e eu, claro, sempre fui um destes jogadores de
final de semana que praticava o esporte no campinho de terra do bairro em que
eu morava. Vez ou outra, nossa turma, cansada de jogar futebol entre si resolvia
montar um time para jogar contra outros times da cidade. Pegávamos os melhores
jogadores e separávamos dos piores. Os melhores eram os titulares e os piores
reservas.
Time montado, empolgados, marcávamos
jogos pela cidade. Iríamos ganhar o “mundo”. Mas o resultado...
Não que éramos ruins, mas
o nosso time era fruto de nossa empolgação, achávamos que era só entrar em
campo que, “bingo!”, as vitórias viriam uma atrás da outra. Afinal nós, éramos
nós, e ponto final.
Sem treino (treinar pra
que?) e conseqüentemente sem conjunto e entrosamento nosso fracasso era
iminente, pois éramos até bons jogadores, mas, estávamos a anos luz de sermos
um time.
Vendo Dunga e a sua seleção
não dá para não me lembrar desta época, afinal, a seleção até que se parece com
um destes times aos quais joguei. Mal postado em campo. Jogadores (bons) fora
de posição. Sem conjunto. Sem qualquer tipo de esquema tático (o que era isso
naquela época?). Enfim, onze amadores em campo querendo ser profissionais.
Então eu chego a sentir
aquela emoção de entrar em campo, o cheiro da grama, o toque na bola, e sinto
principalmente aquela esperança de que no próximo jogo tudo iria melhorar, mas,
não sem antes de fazer a prova de matemática. Lembro-me ainda que naquela época
e naqueles jogos, ao perdedor, restava somente, pagar os refrigerantes, mas de
forma alguma, ficariam de fora da próxima Copa do Mundo.
Marcelo Otávio de Souza
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