O ânimo pela vitória no Derby de domingo, em Itaquera, se desfez logo na rodada seguinte. Ao contrário de Oswaldo de Oliveira, Diego Aguirre mostrou ser um técnico que sabe arriscar e fazer substituições e o Palmeiras ficou no empate por 1 a 1 com o Inter, mantendo jejum de cinco anos sem vencer no Palestra Itália pelo Campeonato Brasileiro.
O último triunfo no estádio, que ficou mais de quatro anos em reforma, foi em maio de 2010. Nesta quinta-feira, o fim do jejum escapou pela falta de ousadia de Oswaldo, com suas alterações burocráticas, e do time, que segue com medo de finalizar. Não à toa, a equipe ouviu algumas vaias ao deixar o gramado.
Com a bola rolando, Vitor Hugo aproveitou cobrança de escanteio para abrir o placar, aos 19 minutos do segundo tempo, e Fernando Prass acabou rebatendo bola na cabeça de Rafael Moura, que sentenciou a igualdade, aos 30. Verdão somaram seu sexto ponto no torneio, dividindo a 12ª colocação. Ambos jogam no domingo: às 19h30 (de Brasília), o Palmeiras visita o Figueirense, enquanto o Inter recebe o Coritiba às 11 horas.
Djalma Vassão/Gazeta Press
O jogo – Antes mesmo de qualquer análise da disposição dos times em campo, o árbitro fez questão de chamar atenção. Rodolpho Toski Marques, da Federação Paranaense de Futebol, exigiu que Paulão trocasse suas meias, que tinham uma quase imperceptível linha branca, por vestimentas completamente vermelhas e cobrou o Inter a começar a partida sem o zagueiro. O Colorado enrolou para esperar o colega e Alex acabou levando cartão amarelo antes mesmo do apito inicial.
Quando a bola, enfim, rolou, o Palmeiras mostrou que repetiria a estratégia que deu certo no Derby de domingo, colocando todos os seus jogadores ofensivos para marcar no campo adversário. A única diferença era Dudu, que substituía Valdivia, já à disposição da seleção chilena para a Copa América, na função de falso centroavante, embora sem a mesma qualidade de passe do jogador mais caro do elenco.
Nesse posicionamento, o Verdão quase abriu o placar logo aos dois minutos. Paulão iniciou o jogo errando todas as saídas de bola e, na terceira, deu a chance de Kelvin cobrar lateral rapidamente e Gabriel encobrir o goleiro Alisson. O veterano Juan correu para salvar em cima da linha.
A jogada mostrou o que seriam os primeiros 30 minutos de jogo. A marcação adiantada do Palmeiras fazia o Inter ter apenas Nilmar como real alternativa de contra-ataque, já que Valdívia, o brasileiro que tem como apelido o nome do camisa 10 do Verdão, errava tudo que tentava. Ao time gaúcho restava apenas marcar, fechar espaços.
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Nesse panorama, o Verdão não encontrou muitas formas de assustar, a não ser uma finalização de longe de Rafael Marques e troca de passes na área que resultou em chute perigoso de Zé Roberto. Nos últimos 15 minutos de primeiro tempo, o Colorado resolveu forçar a queda de ritmo palmeirense e jogar no ataque, mas também sem dar muito trabalho a Fernando Prass.
Na volta do intervalo, o Palmeiras voltou com o mesmo posicionamento de marcar no ataque, mas sem repetir o ritmo intenso. O Inter ficou mais à vontade para marcar e Nico Freitas acabou lançando Kelvin em passe errado, mas contou com o temor do atacante do Verdão em chutar com a direita e o jogador, canhoto, chutou fraco, facilitando a defesa de Alisson, aos dez minutos do segundo tempo.
Mesmo sem acelerar como antes, o Palmeiras ficava mais tempo no ataque e acabou premiado. Aos 19, em cobrança de escanteio de Zé Roberto, Nico Freitas saltou errado e Vitor Hugo se antecipou a Paulão para cabecear firme no canto esquerdo do goleiro Alisson. Bastava controlar um adversário que tinha Nilmar bem marcado e Valdívia sem nenhuma inspiração.
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Mas Diego Aguirre não quis se conformar e mostrou que conhece seu elenco. Mandou o time à frente, colocando Anderson, Rafael Moura e Vitinho, e duas dessas alterações resultaram no empate. Aos 30, Vitinho, em um de seus primeiros lances, passou facilmente por Lucas e cruzou. Fernando Prass afastou de soco, mas jogou a bola na cabeça de Rafael Moura e ela parou nas suas redes.
O problema do Palmeiras é não ter um técnico criativo para mexer no time como o adversário. Oswaldo de Oliveira já tinha colocado Cleiton Xavier na vaga de Kelvin e, só depois dos 38 minutos, trocou Zé Roberto e Arouca por Cristaldo e Amaral. Preferiu aumentar a marcação no meio-campo e, como parece óbvio, manteve o resultado: um frustrante empate.
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