Há exatamente 24 anos, a seleção de Camarões abalava o mundo com uma vitória sobre Argentina de Diego Maradona, por 1 a 0, no Giuseppe Meazza (San Siro), na abertura da Copa Copa do Mundo de 1990. O gol de Omam colocou o nome daquela seleção na história do futebol mundial. Os Leões Indomáveis fizeram uma campanha memorável, tendo caído apenas nas quartas-de-final diante da Inglaterra, em um jogaço decidido na prorrogação, que terminou com vitória por 3 a 2 dos europeus. Mas o que ficou marcado naquele Mundial na Itália parece ser coisa do passado.
A seis dias da sua estreia no Mundial, a delegação da seleção de Camarões não embarcou em seu voo para o Brasil, que estava previsto para deixar Yaoundé às 9h (horário local) deste domingo. O avião fretado especialmente pela presidência camaronesa deveria chegar ao Rio de Janeiro na tarde deste domingo, porém os jogadores se recusaram a deixar a capital do país por conta de divergências em relação à premiação ao elenco que vai disputar a Copa do Mundo no Brasil.
A crise está instalada desde meados de maio, quando os atletas já em greve nos treinos divergiam das propostas oferecidas pela federação camaronesa, que estão longe das expectativas dos jogadores.
Eles chegaram a concordar com uma trégua para não suspender o amistoso contra a Alemanha, em 1 de junho. Mas o sinal de que o clima está deteriorado entre jogadores e dirigentes foi o amistoso do último sábado contra a Moldova. Apesar da vitória, a segunda em quatro amistoso preparatórios para a Copa, a partida ficou marcada por atos de boicotes por parte dos atletas, como os titulares Choupo-Moting e Itandje, além do astro Eto'o.
Embora oficialmente tenha ficado de fora por conta de suas condições físicas, Eto'o teria chegado ao estádio no decorrer do amistoso e sequer tenha esperado pelo término da partida, segundo informações do jornal francês L'Équipe.
Ao final do jogo, os jogadores ainda se recusaram a participar da cerimônia de entrega à equipa da bandeira dos Camarões aos, causando constrangimento ao primeiro-ministro do país, que deveria entregar o emblema nacional aos jogadores antes deles partirem para o Brasil. Coube ao técnico alemão, Volker Finke, receber a bandeira das mãos das autoridades.
A crise atual entre jogadores e dirigentes camaroneses reprisa um caso similar ocorrido antes do Mundial de 2002, disputado na Coreia do Sul e no Japão, quando os atletas se recusaram a deixar o hotel no qual estavam hospedados, em Roissy, na França, até que alcançarem valores desejados sobre o pagamento de premiações. Os Leões Indomáveis acabaram eliminados ainda na fase de grupos.
A seleção de Camarões está no Grupo A da Copa do Mundo, ao lado de Brasil, Croácia e México.
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