Em alguns momentos, parecia um duelo entre adultos e crianças. Abusando da força física, a Nigéria atropelou (às vezes literalmente) a Bósnia em Cuiabá, embora o placar magro de 1 a 0 não justifique o que se viu no jogo. Mesmo vencendo desde o primeiro tempo, os africanos criaram muitas oportunidades e poderiam ter saído como uma goleada de Cuiabá.
O resultado elimina a Bósnia em sua primeira participação em Mundiais, depois de duas derrotas. Foi também a primeira vitória de uma seleção africana sobre uma europeia nessa Copa. Até agora, foram quatro duelos, com duas vitórias de europeus, uma de africanos e um empate. A Nigéria, com quatro pontos, jogará por um empate para ter a classificação contra a Argentina na semana que vem.
Fases do jogo: A Bósnia tentou dominar as ações no começo e obrigou o goleiro Eneyama a fazer boas defesas. Um impedimento mal marcado evitou que os europeus saíssem na frente. E eles foram ainda mais castigados logo depois, quando sofreram um gol num vacilo coletiva da defesa. Com vantagem no placar, a Nigéria adotou uma postura confortável, na qual se fechava na marcação e armava contra-ataques perigosos.
O segundo tempo continuou na mesma toada, com a Nigéria criando as melhores oportunidades e estando mais perto de aumentar o placar do que de sofrer o empate. Houve certa pressão bósnia no final da partida, e Dzeko teve duas chances de empatar nos acréscimos, mas parou nas mãos do goleiro Eneyama.
O melhor: Emenike. O camisa 9 foi o motor do time nigeriano. Atuando na ponta-direita do ataque, ele impôs velocidade e levou vantagem nos duelos físicos com seus marcadores, principalmente o capitão Spahic, que comeu poeira diversas vezes. Emenike fez a assistência para o gol e criou as melhores chances.
O pior: Dzeko. A estrela do Manchester City, o nome mais badalado em campo, não fez jus a sua fama. Errou finalizações (chutou a bola até de canela!) e não deu continuidade aos ataques de sua equipe ao falhar também na função de pivô.
Chave do jogo: a força física dos africanos. Os jogadores da Bósnia não são exatamente pequenos e fracos, mas no assunto jogo de corpo, eles perderam quase todas as disputas com os nigerianos. O gol que abriu placar nasceu após Emenike vencer dividida e deixar um bósnio no chão. Os europeus reclamaram de falta, que o juiz não marcou.
Toque dos técnicos: Depois de um jogo duro contra a Argentina, esperava-se que técnico bósnio Susic pudesse ter mais facilidade contra adversários piores, como os nigerianos. Mas não foi o que aconteceu. A única alternativa ofensiva eram os passes para Dzeko, mas ele não estava em uma noite inspirada. Perdendo, o treinador fez as três substituições antes dos 15min do segundo tempo, mas elas não surtiram efeito.
Para lembrar:
Primeira vez em Copas, primeiro adeus. A Bósnia festejou muito a classificação para o seu primeiro Mundial, mas não esperava que sua participação fosse tão decepcionante. Os eslavos voltam para casa após duas derrotas e apenas cumprirão tabela contra o Irã na próxima rodada. Enquanto isso, a Croácia, rival histórico, continua com boas chances de avançar.
Bósnios reclamam do apito. O árbitro neozelandês deu um impedimento que não houve e evitou o que poderia ser um gol da Bósnia. Os europeus também reclamaram do lance do gol nigeriano, que teria se originado em uma falta não marcada.
Amigos e rivais. Odemwingie, autor do gol do jogo, chutou para superar o goleiro Begovic, seu colega de clube. Os dois atuam pelo Stoke City, da Inglaterra.
Eneyama herói. Com uma defesa incrível no último minuto ao defender chute de Dzeko, o goleiro Eneyama garantiu a vitória africana. Ele também fez defesas importantes ao longo da partida.
Nigéria 1 X 0 Bósnia
Nigéria: Enyeama; Ambrose, Odemwingie, Omeruo, Oshaniwa; Onazi, Mikel, Yobo, Musa (Ameobi) e Babatunde (Uzoenyi); Emenike
Técnico: Stephen Keshi
Bósnia: Begovic; Mujdza, Spahic, Sunjic e Medunjanin (Susic); Besic, Hajrovic (Ibsevic), Pjanic, Misimovic e Lulic (Salihovic); Dzeko
Técnico: Safet Susic
Data: 21/06/2014 - 19h
Local: Arena Pantanal (Cuiabá)
Árbitro: Peter o Leary (NZL)
Auxiliares: Jan Hintz (NZL) e Mark Rule (NZL)
Cartões amarelos: Medunjanin (Bósnia); Mikel (Nigéria)
Gols: Odemwingie, aos 29min do 1º tempo
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