FELIPÃO
JÁ SABIA
Frustrante.
Talvez seja a única palavra que consiga explicar o sentimento de cada torcedor
Brasileiro no segundo jogo Brasileiro da Copa do Mundo. Claro que o México é
uma boa equipe, a pedra no sapato que incomoda o Brasil há tempos. Venceram-nos
na final da última Olimpíada por sinal. Mas ninguém acreditava que o segundo
jogo do Brasil no torneio seria um 0 x 0 daqueles de nos engasgarem. Felipão
falava que um empate não seria um mal resultado: parece que o Bigode sabia! Até
entoamos o Hino Nacional mais uma vez com aquele orgulho de sempre, á capela, arrepiante
e emocionante como sempre, mas só isso não bastou.
Ochoa
foi o melhor em campo, indiscutivelmente. O goleiro mexicano estava naqueles
dias. Defendeu muito. De cabeçada a chute de canhotade Neymar. E quando não pegou, a bola o procurou, como na
cabeçada a queima roupa de Thiago Silva. O grito de gol ficou engasgado.
Calado, o torcedor Brasileiro passou um misto de preocupação e decepção.
Felipão
também errou. E muito. Perdeu Hulk por contusão. Sem a força do Herói
verde-amarelo Brasileiro, o time ficou manco. O paizão da família Scolare
escolheu Ramirez para substituir, primeira má escolha. Não funcionou. Colocar
um volante de ponta direita também tinha tudo pra dar
errado. Manter Paulinho desligado na partida também foi uma péssima opção. Não
marcou, não atacou e sequer foi o “homem surpresa” que a gente se acostumou a
ver. Oscar abandonado de um lado do campo e Fred como um poste lá na frente,
nem atrapalhar atrapalhou. Tínhamos o chute de fora da área de Fernandinho, que
vivi grande fase. Tínhamos a qualidade no passe de Hernanes e a força física de
Maicon na ala direita que era uma avenida. Felipão se calou e manteve os 3 no
banco. Imóvel, assistiu a nossa má atuação.
E
Neymar? Acho que o 0 x 0 já diz porque ele nem mereceu destaque algum. Até
tentou, mas sempre preso a marcação dupla, as vezes tripla e sem ajuda de um
esquema que possa lhe proporcionar mais lances de mano-a-mano, Neymar foi
apenas mais um.
Percalços
pelo caminho servem pra fazer o grupo crescer. E se ignorarmos aquele velho
costume Brasileiro de que “só a gente sabe jogar futebol”, o resultado frustra,
mas não assusta. Se serve de consolo, 1958 e 1962 empatamos a segunda partida
por 0 x 0 também.
Tomará
que o fim seja igual.
Marquinho
Cesar – Crônicas da Copa 2014.
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