Djalma Vassão/Gazeta Press
O jogo – O que ocorreria no primeiro tempo ficou claro segundos após o pontapé inicial, quando o belga Mirallas deixou um sul-coreano no chão ao aplicar drible na grande área e tocou em busca de um companheiro que não o acompanhou. O atacante do Everton era a válvula de escape do time europeu diante do desespero asiático.
Precisando vencer, a Coreia do Sul chegou a ter somente o seu goleiro no campo de defesa. No círculo central ou um pouco mais à frente, seus zagueiros eram os únicos a guardar posição, cabendo aos laterais correr para ajudar na frente e, sem a bola, formar uma linha com quatro atletas. Os asiáticos atacavam sempre com sete ou oito jogadores.
A presença na frente, contudo, era atrapalhada pela falta de técnica, tanto que só assustaram em finalização do zagueiro Kim Youg-Gwon, aos dez. a Bélgica se mantinha calma e espalhada no 4-3-2-1, com Fellaini e Mertens e, às vezes, Januzaj tentando ajudar o solitário Mirallas no ataque.
Em contra-ataque, o único atacante chegou a balançar as redes, completamente impedido, aos 19. Mas foi questão de tempo para os favoritos tocarem a bola e irem avançando. Perdidos em meio ao próprio nervosismo, os asiáticos deixaram Mertens completamente livre na pequena área e tiveram sorte, já que o belga isolou a bola.
A tranquilidade europeia aumentava à medida que sul-coreanos até pisavam na bola. Mas a calma virou soberba. Na prática, espaço para atacar. Assim, aos 29, Ki Sung-Yueng obrigou Courtois a se esticar para evitar o gol. Na cobrança do escanteio, Son Heung-Min pressionou a zaga belga e Defour salvou em cima da linha o que seria um gol contra de Lombaerts.
Mas o relógio não dava tranquilidade aos sul-coreanos, que começaram a cometer faltas cada vez mais perto da área, aproximando os belgas de seu gol. A entrada mais dura, porém, não foi de um asiático. Aos 44, Defour deixou as travas da chuteira do pé direito na canela de Kim Shin-Wook e foi expulso. A Coreia do Sul, ao menos, tinha vantagem numérica.
No intervalo, o técnico Hong Myung-Bo aproveitou a superioridade e colocou o atacante Lee Keun-Ho. Mas o treinador sul-coreano não podia colocar exatamente o que falta à sua seleção: qualidade. Os asiáticos atacavam e corriam, mas não sabiam o que fazer quando tinham a bola. Os belgas nem sentiam falta do jogador que perderam pouco antes do intervalo.
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Baseando-se ainda mais no contra-ataque, o time europeu só poderia sofrer em caso de azar, o que quase ocorreu em cruzamento errado de Son Heung-Min que acertou o travessão de Cortouis, aos 13 da etapa final. No resto das tentativas adversárias, bastou o bom posicionamento do goleiro do Atlético de Madri para evitar qualquer perigo.
A fragilidade asiática era tão grande que o técnico belga Marc Wilmots não precisou colocar em campo tão cedo os astros que preservava no banco nem aumentar seu poderio defensivo. Realizou trocas pensando em colocar atletas descansados para ir ao ataque. Teve sucesso.
Uma das apostas do ex-atacante foi Origi, que logo correu e tornou Felaini mais útil, tabelando. Em uma dessas movimentações, o atacante de 19 anos arriscou de fora da área e o goleiro Kim Seung-Gyu deu rebote, facilitando para Vertonghen, capitão belga nesta quinta-feira, abrir o placar em Itaquera, aos 32 minutos do segundo tempo.
Logo após o gol, os sul-coreanos desabaram no gramado, esboçando claro cansaço. Mas tiveram raça para ir à frente e, aos 34, Lee Keun-Ho recebeu lançamento na grande área e chutou por cima. A partir daí, os valentes asiáticos seguiram tentando correr e continuaram vítimas de suas próprias fragilidades técnicas, fundamental para definir a eliminação logo na primeira fase da Copa. Bom para quem veio a Itaquera e pôde ver Hazard em campo por alguns minutos.
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