sexta-feira, 17 de abril de 2015

BRT olímpico não está 100% pronto. Mas já precisa de reforma

A maior obra municipal para melhoria do transporte público do Rio de Janeiro visando à Olimpíada de 2016 já tem problemas. A própria Secretaria Municipal de Transportes (SMTR) constatou que, antes mesmo de estar 100% concluído, o BRT TransOeste precisa de reformas.
O órgão, inclusive, já encaminhou uma lista de obras que precisam ser feitas no BRT à Secretaria Municipal de Obras (SMO). Os investimentos extras necessários no sistema, entretanto, ainda não têm data para ocorrer nem custo estimado.
O BRT TransOeste é o mais extenso corredor de ônibus planejado pela prefeitura para servir de legado dos Jogos Olímpicos. Só a construção desse BRT já comprometeu R$ 1 bilhão dos cofres municipais.
O BRT começou a ser construído em 2010. Em 2012, teve seu primeiro trecho inaugurado. Hoje, já necessita de ampliações em suas estações e terminais para conseguir atender os seus 190 mil passageiros diários.
Inicialmente, o BRT seria a solução para o transporte entre o extremo Oeste do Rio e a Barra da Tijuca. Contudo, não tem funcionado bem.
No início da manhã e no final da tarde, passageiros do TransOeste têm que se espremer em ônibus e estações para percorrer os trechos do corredor viário já em operação (veja vídeo acima, veiculado na quinta-feira).
Nos horários de pico, há filas até para entrar nas estações do BRT. Os locais ficaram pequenos para a quantidade de pessoas que hoje depende do TransOeste para se locomover (outras linhas de ônibus foram extintas desde a inauguração do corredor). Há horas do dia, em que passageiros se arriscam nas beiradas de plataformas para conseguir entrar num ônibus.
Acidentes e reclamações de passageiros do TransOeste são frequentes. Na semana passada, uma menina de seis anos ficou presa pelo braço do lado de fora de ônibus. O veículo não parou e ela seguiu pendurada por mais de um quilômetro. O caso acabou parando na delegacia, e o motorista já foi demitido.
O prefeito Eduardo Paes já reconheceu que os problemas no BRT não são pontuais. No mês passado, Paes admitiu que o TransOeste circula superlotado e teve sua demanda de passageiros subestimada na época de sua construção.
A SMTR declarou que, visando ao aumento da capacidade do TransOeste, já solicitou ao consórcio responsável pela operação do BRT o aumento de frota ônibus. Segundo o órgão, a frota operacional média no TransOeste no horário de pico é de 132 veículos articulados e 29 do tipo padrons. Foi solicitada a compra de mais 18 articulados e 15 padrons.
Ainda de acordo com a secretaria, a demanda de passageiros na TransOeste "aumentou porque a população reconhece as vantagens do sistema e hoje há passageiros de bairros não atendidos diretamente pelo BRT, como Bangu, que optam usa-lo para ganhar tempo". Parte desses passageiros deve migrar para outro BRT em construção para a Olimpíada, a TransOlímpica, cuja inauguração está programada para o ano que vem.
"A cidade do Rio está investindo numa rede de corredores BRT integrada a trens e metrô", complementou o órgão, em comunicado. "É natural que aumentos expressivos de demanda ocorram nesses períodos de transição. Quando a rede estiver completa, os passageiros serão melhor distribuídos ao longo dos corredores BRT, sobretudo, no horário de pico."
Vale ressaltar que a obra do TransOeste foi dividida em cinco trechos. Quatros estão concluídos. O último (entre o terminal Alvorada e o Jardim Oceânico) será no primeiro trimestre do ano que vem.

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