A contratação de Dorival Júnior, que acompanhou o jogo de um camarote do Estádio, não foi suficiente para manter o Palmeiras na Copa do Brasil. O Atlético-MG foi fulminante na etapa inicial, quando construiu a vitória, por 2 a 0, em um intervalo de quatro minutos, nesta quinta-feira, e garantiu vaga às quartas de final da competição. O Independência reviveu uma noite de 'caldeirão', chegando a relembrar a vitoriosa campanha na Libertadores no ano passado. O alvinegro mineiro enfrentará agora o Corinthians, que, na véspera, havia eliminado o Bragantino.
Como havia vencido a partida de ida, na semana passada, em São Paulo, por 1 a 0, o Atlético-MG jogava pelo empate. Já o Palmeiras, que teve a demissão de Ricardo Gareca e a contratação de Dorival Júnior, após a derrota para o Internacional, no final de semana, precisava de vencer, para tentar seguir vivo na Copa do Brasil. O interino Alberto Valentim queria entregar o comando a Dorival com chance de buscar um título. Não foi possível, A fragilidade defensiva da equipe voltou a ficar evidente e foi decisiva para a vitória atleticana, mesmo jogando com uma série de desfalques por causa de contusões e convocações. A torcida atleticana teve papel importante, empurrando o time e pressionando o adversário com gritos de "olé" e "2ª divisão".
As fases do jogo: O jogo começou com a impressão que o Palmeiras faria jogo equilibrado e que poderia dificultar a vida atleticana. Tanto que o primeiro lance de perigo foi criado pelo Palmeiras, logo aos 4 min, em que o time paulista chegou a pedir pênalti de Leonardo Silva, mas que teve chute de Allione para fora. Mas, bastou o Atlético-MG abrir o marcador, com Jemerson, de cabeça, aos 12 min, para a situação mudar. Aos 16 min, Luan aproveitou rebote do goleiro Fábio, em chute de Carlos, e colocou a bola nas redes. Em grande desvantagem, a equipe visitante se desorganizou e o time anfitrião assumiu o controle total dessa etapa, desperdiçando inúmeras chances para ampliar a diferença de gols. Por ironia, a última chance dessa fase também foi paulista.
O Palmeiras voltou com Mazinho no lugar de Allione, com a missão de jogar mais próximo de Henrique, em uma tentativa de tornar o time mais ofensivo. Como o alvinegro mineiro havia reduzido o seu ritmo, a equipe visitante teve mais posse de bola e presença no campo de ataque, no reinício da partida, mas pecou pela falta de criatividade. Logo aos 7 min, Bruno César cruzou e Henrique, de cabeça, desperdiçou boa chance. Com a ajuda da torcida, que voltou a cantar forte o hino do clube, o time mandante recuperou o controle da partida, embora com a preocupação de administrar a vantagem. A arbitragem no segundo tempo foi confusa, com muitas reclamações, dos dois lados, em relação à atuação do catarinense Paulo Henrique de Godoy Bezerra.
O melhor: Luan – O 'talismã' atleticano entrou como titular dessa vez, em função dos desfalques, e se destacou não apenas por ter marcado gol, mas também por participar da maioria das jogadas ofensivas do time e, ainda, ajudar na marcação.
O pior: Tóbio – Inseguro, o zagueiro palmeirense falhou muito, especialmente no primeiro tempo, quando o Atlético pressionou mais e jogou em velocidade. Nos acréscimos, deu entrada dura no jovem atacante Carlos e foi expulso.
A chave do jogo: Erros defensivos do Palmeiras –Dois gols do Atlético-MG, em um intervalo de quatro minutos mudaram a história de um jogo que começou equilibrado. O alvinegro mineiro soube aproveitar falhas individuais do sistema defensivo adversário, ampliou a vantagem que havia trazido do primeiro jogo, em São Paulo, e fez o Palmeiras desmoronar emocionalmente. Enquanto isso, o time da casa jogava na base do toque de bola e da velocidade.
Toque dos técnicos:Antes de a bola rolar, o interino Paulo Valentim acenou com um time equilibrado entre os setores defensivo e ofensivo. Mas, não foi isso que aconteceu em campo. Já pelo lado atleticano, sem muitos titulares, Levir Culpi optou pela velocidade do jovem Carlos, juntamente com Luan, e conseguiu levar vantagem sobre a lenta defesa palmeirense.
Para lembrar:
Marca importante para Levir. Contra o Palmeiras, o técnico Levir Culpi comemorou, com vitória e expulsão, 200 jogos no comando do Atlético-MG, em sua quarta passagem pelo alvinegro mineiro. Neste ano, o treinador dirigiu a equipe 25 vezes, incluindo o jogo pelas oitavas de final da Copa do Brasil. "Sinto-me em casa e ainda vamos ter fortes emoções até o final do ano", afirmou Levir, ao agradecer placa recebida antes de a bola rolar.
Banco atleticano desfalcado.Com um grande número de jogadores lesionados, Diego Tardelli na seleção brasileira principal e o lateral Douglas Santos na olímpica, o Atlético-MG teve um banco sem atacantes e com número menor de reservas do que o visitante Palmeiras: oito contra 11. O único jogador ofensivo na suplência é o jovem meia Dodô. André com sinusite foi desfalque de última hora.
Dorival chega direto ao estádio. Oficialmente apresentado na véspera, em São Paulo, Dorival Júnior assistiu o jogo em um camarote no Independência. De acordo com o técnico interino Alberto Valentim não houve contato entre os dois antes do início da partida. "Não conversei com o Dorival, ele chegou em cima da hora do jogo", observou Valentim. O novo treinador esteve acompanhado, entre outras pessoas, pelo presidente do clube, Paulo Nobre.
Bruno César ganha chance. Pouco utilizado por Gareca, o meia Bruno César não apenas ganhou nova oportunidade e começou como titular diante do Atlético-MG, como demonstrou estar com moral elevada com o interino. "É um jogador de muita qualidade técnica", justificou Alberto Valentim. Em campo, no entanto, o jogador não conseguiu fazer a diferença.
Levir e auxiliar são expulsos. O técnico Levir Culpi foi expulso pelo árbitro catarinense Paulo Henrique de Godoy Bezerra, aos 31 min do segundo tempo, por causa de reclamação. Este foi o mesmo motivo que já havia tirado do banco de reservas, aos43 min do primeiro tempo, o auxiliar técnico atleticano Luiz Matter.
ATLÉTICO-MG 2 X 0 PALMEIRAS
Data: 4/9/2014 (quinta-feira)
Local: Independência (Belo Horizonte)
Árbitro: Paulo Henrique de Godoy Bezerra (SC)
Auxiliares: Cristhian Passos Sorence (GO) e Bruno Raphael Pires (GO)
Cartões amarelos: Lúcio, Diogo, Henrique (Palmeiras); Luan, Leonardo Silva, Dátolo (Atlético-MG)
Cartão vermelho: Tóbio (Palmeiras)
Gols: Jemerson, aos 12 min, Luan, aos 16 min do primeiro tempo
Atlético-MG
Victor; Alex Silva, Leonardo Silva, Jemerson e Pedro Botelho (Emerson Conceição); Leandro Donizete, Rafael Carioca, Luan (Dodó) e Dátolo (Claudinei); Carlos e Jô
Técnico: Levir Culpi
Palmeiras
Fábio; Weldinho, Lúcio (Wellington), Tóbio e Juninho; Renato, Marcelo Oliveira, Allione (Mazinho) e Bruno César (Cristaldo); Diogo e Henrique
Técnico: Alberto Valentim (interino)
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