Com Ricardo Perrone
O Corinthians teve um aumento de R$ 140 milhões em sua dívida líquida em 2015. Assim, excluído o passivo do estádio, o clube acumula uma débito de R$ 452,7 milhões. O número foi calculado a partir do balancete apresentado aos conselheirosobtido pelo blog do Perrone.
Há duas explicações para o aumento da dívida corintiana. Uma delas é o déficit de R$ 97 milhões gerado por gastos acima das receitas do clube. Outra justificativa foi uma mudança na prática contábil executada pela atual diretoria. Assim, o débito de 2014 mudou de R$ 313 milhões para R$ 372 milhões.
Feitas todas as contas, nos últimos dois anos, o Corinthians teve um crescimento em sua dívida líquida de R$ 260 milhões por excesso de gastos. Ou seja, neste período, o débito do clube aumentou 135%.
Entre os itens do passivo que mais subiram em 2015, estão a dívida fiscal que passou de R$ 147 milhões para R$ 185 milhões, e os empréstimos que saltaram de R$ 50,9 milhões para R$ 84 milhões. É singular o fato de o débito de tributos ter aumentado visto que a maioria dos clubes teve redução neste tópico com a adesão ao programa Profut.
Esse endividamento corintiano não contabiliza as pendências da Arena Corinthians. Essa dívida gira em torno de R$ 800 milhões entre financiamento do BNDES e passivos com a Odebrecht.
O estádio também tem significativo impacto nas receitas do clube. Como as bilheterias são usadas para pagar o financiamento, o Corinthians tem R$ 60 milhões a menos no caixa. Essa é justamente a diferença do clube para as receitas de Palmeiras e Flamengo, as maiores do país.
Mesmo assim, o Corinthians teve um aumento de renda em 2015: chegou a R$ 298,4 milhões graças a patrocínios, televisão, e premiações pelo Brasileiro. Mas é um valor insuficiente para que o clube esteja em equilíbrio. Atualmente, a dívida representa 1,5 vezes de sua receita anual.
O blog contatou o vice-presidente de Finanças do Corinthians, Emerson PIovezan, para comentar os números, mas ele informou que não poderia falar antes de apresentar todas as explicações aos conselheiros. “Seria antiético'', explicou. A reunião para aprovação de contas será na próxima semana
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