A chance de Cesar Cielo participar das Olimpíadas de 2016 agora está limitada a uma convocação para o revezamento 4x100 m livre. O nadador brasileiro até obteve índice para os 50 m livre, prova em que é especialista, mas saiu do Troféu Maria Lenk, última seletiva nacional da modalidade, com o terceiro tempo do país na distância. Ele completou o percurso em 21s91 nesta quarta-feira (20) e foi superado por Bruno Fratus (21s74) e Ítalo Duarte (21s82), que vão representar o país nos Jogos.
"Vou torcer para eles (Bruno Fratus e Ítalo Andrado), e é isso aí", afirmou ao "Sportv". "Mudei toda minha vida, levei minha família para os EUA. O processo da luz ter caído influencia, mas não é desculpa, o Brasil está bem representado".
"Da minha parte, vou pedir desculpas para vocês. Fiquei muito aquém do que sei fazer. Tive um ano difícil ano passado, não nadei bem hoje. É muito difícil estar conversando com vocês. É bola para frente, o Brasil vai bem", completou Cielo, que não conseguiu conter o choro.
O resultado reflete um ciclo olímpico extremamente conturbado de Cielo. O brasileiro trocou de treinador seis vezes desde 2012, alternou entre Brasil e Estados Unidos e foi destronado por Bruno Fratus em provas nacionais. No ano passado, ainda abandonou o Mundial de esportes aquáticos de Kazan (Rússia) por estar lesionado e deixou a primeira seletiva da natação local, em dezembro, em Palhoça (SC), antes de nadar os 50 m livre.
O índice de classificação para os 50 m livre da Rio-2016 é 22s27. Cinco brasileiros fizeram marcas inferiores a isso em Palhoça (Bruno Fratus, Ítalo Duarte, Marcelo Chierighini, Matheus Santana e Henrique Martins), e foi com essa carga que Cielo teve de lidar no Maria Lenk.
O velocista chegou a demonstrar reação nas eliminatórias dos 50 m livre, na manhã desta quarta-feira, e obteve o índice olímpico (21s99). Saiu da piscina como o segundo colocado do país na prova (superado apenas por Bruno Fratus, que havia registrado um 21s50 em Palhoça).
Na prova final, porém, Cielo acabou superado pelos rivais. Mesmo baixando o tempo de 21s99 feito pela manhã, o campeão olímpico de 2008 não conseguiu superar Bruno Fratus (21s74) e Ítalo Duarte (21s82).
Antes do início da prova, uma queda de energia no Estádio Aquático atrasou o início da competição em mais de 40 minutos.
A chance de Cielo estar na Rio-2016 agora é o revezamento 4x100 m livre. O velocista tem índice (fez 48s97 na última segunda-feira), mas fechou a qualificação com o sétimo tempo do país na distância.
A CBDA (Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos) já definiu que terá cinco nadadores inscritos no revezamento. Os quatro primeiros serão os melhores tempos do país (Marcelo Chierighini, Nicolas Nilo Oliveira, João de Lucca e Matheus Santana).
A partir disso, se usar um nadador que não estiver inscrito em nenhuma prova individual, a CBDA precisa colocá-lo na água no revezamento (o que é uma mudança em relação a Londres-2012, quando os atletas podiam apenas incorporar o time). Os dois tempos que estão à frente de Cielo são Gabriel Silva Santos, 20, e Alan Vitória, 30.
Cielo já esteve em duas edições de Jogos Olímpicos (Pequim-2008 e Londres-2012). Tem três medalhas (um ouro e dois bronzes) e é o nadador mais laureado da história do país. Ele detém até hoje os recordes mundiais dos 50 m livre e dos 100 m livre (ambos foram registrados em 2009).
Brasileiros confirmam vaga nos 100m borboleta
Na prova dos 100m borboleta, Henrique Martins e Marcos Macedo garantiam suas participações nos Jogos Olímpicos. A dupla já havia feito índice olímpico na seletiva de Palhoça, em Santa Catarina, e contaram com o fato de nenhum outro nadador brasileiro na prova ter conseguido nadar abaixo de 52s36, tempo mínimo para brigar por uma vaga.
Em Palhoça, Henrique Martins e Marcos Macedo nadaram em 52s14 e 52s17, respectivamente. Entre os nadadores que já garantiram vaga para os Jogos Olímpicos, a dupla aparece como 31º e 34º mais rápidos do mundo.
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