A concorrência entre o Esporte Interativo e a Globo pela TV Fechada gerou um aumento de cerca de R$ 500 milhões na receita total dos clubes com direitos de transmissão do Brasileiro a partir de 2019. Esse valor foi calculado a partir do dinheiro pago pela Turner, o aumento das propostas globais e as luvas aos times.
No final do ano passado, a Globo propôs para os clubes a renovação dos contratos de todas as mídias do Brasileiro a partir de 2019. Os números apresentados, no entanto, decepcionaram dirigentes. Era oferecido um corte entre 20% e 25% nos valores do atual acordo, dependendo dos clubes. Isso considerando, óbvio, a inflação até lá.
A proposta da Globo girava em torno de R$ 900 milhões pela TV Fechada e Aberta, sendo apenas R$ 60 milhões pelos jogos na Sportv. Havia ainda cerca de R$ 600 milhões mínimos pelo pay-per-view. Boa parte dos clubes recusou, mas alguns deles como Corinthians, Vasco e Botafogo aceitaram de olho em adiantamentos.
Então, em dezembro, o Esporte Interativo começou a procurar clubes para fazer uma oferta de R$ 550 milhões por 20 times na TV Fechada, o que representava nove vezes o valor da Globo. Conseguiu atrair times para negociações e fechou com 15 deles – há dois, Figueirense e Santa Cruz, incertos pois parece terem assinado mais de um acordo.
Considerado o valor proporcional – já que o canal espera ter 8 clubes no mínimo na Série A -, sua entrada representou R$ 225 milhões por ano para os clubes.
Além disso, a Globo foi obrigada a rever a sua proposta inicial. Aumentou o valor a ser pago pela TV Fechada e Aberta para R$ 1,1 bilhão. Ou seja, houve um acréscimo de R$ 200 milhões no pacote inteiro para os clubes.
Por fim, a disputa entre os dois canais obrigou ambos a oferecer luvas em vez de adiantamentos aos clubes. Os valores variaram de R$ 40 milhões até R$ 120 milhões dependendo do time. É difícil calcular o valor exato de todas as luvas, mas a ordem de grandeza é entre R$ 500 milhões e R$ 600 milhões. Ou seja, são em torno de R$ 100 milhões a mais por ano considerando que os contratos são de seis anos.
O pay.per-view deve permanecer inalterado, embora clubes como Flamengo tenha obtido garantia de um percentual mínimo.
Somados todos os valores, o Brasileiro passou a valer para os clubes cerca de R$ 500 milhões por ano a mais do que a oferta inicial da Globo. Ou seja, todos os seus direitos, consideradas as suas emissoras, atingiram um montante em torno de R$ 2 bilhões. Antes, valeriam R$ 1,5 bilhão.
Nenhum comentário:
Postar um comentário