O palmeirense já parece acostumado com jogos às 11 da manhã e esgotou os ingressos à disposição, mas teve um domingo completamente incomum. O time, vestido todo de branco, permitiu ao Goiás que usasse verde, e foi da equipe que honrou a cor esmeraldina a festa pela vitória por 1 a 0, quebrando um significativo período de invencibilidade dos comandados de Oswaldo de Oliveira em casa. E tirando a paciência da torcida, que vaiou o time e xingou o técnico.
O Palmeiras não perdia no Palestra Itália desde que levou 1 a 0 do Corinthians, em 8 de fevereiro. Até este domingo, eram dez partidas sem derrota como anfitrião, com nove vitórias e um empate. Neste domingo, porém, a equipe mostrou que não sabe balançar as redes e foi punida em grande jogada de Bruno Henrique que culminou no gol contra de Victor Ramos, aos 31 minutos do segundo tempo.
O Verdão, que escolheu ser branco, ainda teve um jogador a mais desde que levou o gol, pois Bruno Henrique subiu nas escadas de acesso à torcida do Goiás e, como já tinha amarelo, levou cartão vermelho. Mas nada ajudou o Palmeiras, que ainda perdeu Victor Ramos, expulso nos acréscimos.
Sergio Barzaghi/Gazeta Press
O Palmeiras também ampliou um longo jejum de vitórias em Brasileiros: não ganha uma partida pela competição desde 2 de novembro, quando bateu o Bahia, há quase sete meses. Neste ano, a equipe de Oswaldo só somou dois pontos em três rodadas e volta a atuar pelo torneio diante do Corinthians, no próximo domingo, em Itaquera.
Antes, jogará em casa às 22 horas (de Brasília) de quarta-feira, recebendo o ASA, no primeiro confronto da terceira fase da Copa do Brasil, mesmo dia em que o Goiás enfrenta o Ituano, às 19h30, pela mesma competição. No Brasileiro, o time de Hélio dos Anjos soma sete pontos e será anfitrião diante do Grêmio no próximo domingo.
O jogo – Sem Rafael Marques, cortado até do banco de reservas por conta de gripe e febre, Oswaldo de Oliveira acabou escolhendo um time com posicionamento melhor em campo. Zé Roberto deixou a lateral esquerda com Egídio e formou um meio-campo marcador e com qualidade na saída de bola, revezando-se com Robinho na função de encostar em Valdivia.
Mas a grande arma palmeirense era o substituto de Dudu, suspenso pelo Tribunal de Justiça Desportiva de São Paulo (TJD-SP). Kelvin quase não errou, acertando todas as tentativas de drible e ouvindo a torcida gritar seu nome. O problema é que tinha Leandro Pereira como alvo de seus passes e Valdivia não tinha sucesso em praticamente nada.
Do outro lado, o Goiás prendia seus laterais e três volantes na intermediária defensiva, com o meia Arthur e o atacante Erik voltando para ajudar na marcação e só Bruno Henrique segurando algum zagueiro do Verdão. Além da retranca, o Verdão teve que superar o confuso árbitro Marcelo de Lima Henrique, que passou a distribuir cartão a quem falava com ele – Valdivia foi o primeiro advertido e não parou de persegui-lo, mesmo sob risco permanente de expulsão que o deixaria fora do Derby no domingo, seu último jogo antes de se juntar à seleção chilena para a Copa América.
O jogador mais caro do elenco palmeirense mais atrapalhava do que ajudava, já que falhava em quase todos os passes. Estava tão desligado que não percebeu uma bola que ia aos seus pés e forçou o zagueiro Victor Ramos a tomar cartão por falta. Mas o time não precisava mais dele. Kelvin ajudava e contagiava com suas arrancadas, estimulando as passagens de Lucas e dando opção na movimentação intensa de Robinho, além de facilitar o toque de bola promovido por Zé Roberto, dono do meio-campo.
O Goiás não conseguia marcar, mas tinha Leandro Pereira como aliado. O centroavante, autor de metade dos quatro gols do reserva Cristaldo, mostrou toda a sua deficiência técnica. Falhava sempre que precisava dominar alguma bola e, quando finalizava, pouco assustava o goleiro Renan, facilitando a vida dos visitantes.
Sergio Barzaghi/Gazeta Press
O desperdício de chances quase foi punido com um gol do Goiás, aos 39, quando Fernando Prass errou na saída de bola e se jogou nos pés de Bruno Henrique para evitar o gol. Mas havia a esperança de que o volume de jogo, passando quase todo o primeiro tempo no campo adversário, viraria gol depois do intervalo.
Não foi o que aconteceu. O Verdão saiu dos vestiários desanimado ou cansado pela alta intensidade da etapa inicial, sob o sol da manhã de domingo. Logo aos três minutos do segundo tempo, Valdivia perdeu uma bola que não foi às redes de Prass porque Victor Ramos colocou o corpo em seu caminho. Aos 15, Alex Alves isolou ao receber livre, na pequena área.
Diante da ineficiência do seu time, Oswaldo cansou de Leandro Pereira, trocando-o por Cristaldo, mas acabou levando susto de um dos jogadores que mais inspira confiança: Fernando Prass quis sair da área com a bola dominada, a perdeu para Bruno Henrique e Vitor Hugo salvou o goleiro. A torcida já mostrava apreensão com o que acontecia neste domingo.
O lance pareceu acordar o time, mas não rendeu eficiência. Kelvin e Vitor Hugo não conseguiram aproveitar bola escorada por Cristaldo e o argentino acertou a trave em cabeçada aos 26. A punição, enfim, apareceu, e pouco depois. Aos 31, Bruno Henrique foi de uma lateral a outra do campo driblando e vencendo divididas com Vitor Hugo, Gabriel, Victor Ramos e Lucas até limpar Fernando Prass para chegar à linha de fundo e rolar na pequena área para Péricles finalizar. Victor Ramos se antecipou e desviou a bola contra as próprias redes.
Sergio Barzaghi/Gazeta Press
Fundamental no gol, Bruno Henrique subiu as escadas de acesso à torcida do Goiás na comemoração e, como já tinha cartão amarelo, acabou expulso. Oswaldo tinha trocado Zé Roberto pelo atacante Leandro e, com um a mais, abriu mão de Gabriel, seu único volante, para colocar Alan Patrick. Mas só teve um time que ficava com a bola, sem nenhuma qualidade para superar o goleiro Renan. Contou ainda com o nervosismo exposto por Victor Ramos, expulso nos acréscimos sob alegação de dar um tapa no rosto do zagueiro Alex Alves.
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