O domingo foi de protesto no Morumbi. A principal torcida organizada do clube promoveu uma manifestação pacífica e incomum: vestiu coletes e chuteiras, e levou bolas e cones aos arredores do Morumbi. Simulou um treino do São Paulo, com imitação do técnico Muricy Ramalho, rodeado por faixas que criticavam o comando técnico e a diretoria de futebol. Reflexos de uma crise que quase motivou uma troca de treinador na última quinta. Em campo, contra o Linense, porém, alívio: vitória por 3 a 0, com belo gol de falta do goleiro Rogério Ceni e dois de Alan Kardec – o atacante decidiu o jogo.
O jogo
Muricy Ramalho fez aquilo que queria, aproveitando os oito desfalques que teve para o jogo: armou um São Paulo mais leve, sem centroavante: Ewandro, Bosquilia, Centurión e Alexandre Pato formaram o setor ofensivo.
Não deu certo.
O time que deveria se movimentar mais, não se movimentou. Pouco criou, não encontrou espaços. O lance de maior perigo do São Paulo enganou torcedores que estavam no estádio, aqueles que assistiam ao jogo pela televisão, narradores e até o operador do placar do Morumbi: Gabriel Boschilia cobrou falta pela esquerda, Paulo Miranda subiu para cabecear e mandou a bola rente à trave direita do goleiro adversário. Para torcida e narradores, gol do São Paulo – o placar do Morumbi também anunciou: 1 a 0. Mas não, a bola passou por fora e tocou na rede lateral.
No segundo tempo, Muricy Ramalho mudou aquilo que não funcionou. Tirou Pato, colocou Alan Kardec, deu ao time o centroavante que faltava, e então a equipe passou a jogar mais futebol. Com uma referência ofensiva, tudo funcionou melhor.
Kardec foi aquele que sofreu a falta que originaria o gol: Derrubado na entrada da área, deu ao capitão Rogério Ceni a oportunidade de se redimir pelo gol sofrido no clássico contra o Palmeiras, de Robinho. E Ceni se redimiu com maestria: bola que passou pelo lado da barreira e morreu no ângulo. Golaço, de falta, para abrir o placar.
Alan Kardec ainda faria a diferença novamente em outro ataque são-paulino. Thiago Mendes fez boa jogada pela lateral, chamou a marcação e tocou para Kardec, sozinho, no meio da área marcar. Finalização precisa, no canto do gol, tirando do goleiro. O jogo que poderia oferecer perigo, ficou tranquilo.
O São Paulo ainda marcaria o terceiro gol, novamente com Alan Kardec, após jogada pela esquerda. O atacante aproveitou cruzamento e fez um gol de peito.
O melhor – Alan Kardec: centroavante entrou no intervalo e arrumou todos os problemas do São Paulo. Fez com que o ataque funcionasse, os pontas achassem espaços e o meia tivesse opções para passe. Sofreu a falta que originou o gol de Rogério Ceni e ainda marcou o segundo e o terceiro gol do jogo.
O pior – Igor: lateral esquerdo do Linense deixou Thiago Mendes fazer a jogada do segundo gol são-paulino e, logo depois, ainda foi expulso.
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