Andrés Sanchez foi ao centro de treinamento do Corinthians divulgar campanha de doação de sangue e não surpreendeu ao ir além do protocolo. Antes mesmo do início da entrevista, o ex-presidente já havia mencionado o “cabelo de Bambi” de um fotógrafo e dado novas amostras de sua obsessão com o São Paulo.
Terminada a convocação aos doadores, ele conteve a ânsia por um cigarro – satisfeita minutos mais tarde – e respondeu a perguntas sobre o momento do clube. Seu sucessor Mário Gobbi foi criticado por sua posição na política do futebol e pela condução da definição do treinador da próxima temporada.
“O que todo o mundo exige é título. A gestão atual teve quatro títulos. Então, o balanço é bom. Tem erros? Tem erros. Eu também errei, a próxima também vai errar. Só acho que a gente tem que estar sempre presente. O grande erro dos últimos anos foi ter perdido um pouco de espaço politicamente no futebol brasileiro”, afirmou.
Andrés era tão presente nessa questão que chegou a participar da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) como diretor de seleções. Perdeu espaço com a saída de Ricardo Teixeira e virou oposição. Deputado federal eleito, viu Gobbi bem menos participativo no trato com outros dirigentes.
“O Corinthians tem que estar mais presente nas decisões, deixamos coisas passarem despercebidas. Não tem cabimento ir 18, 19 vezes para julgamento no STJD. É a primeira vez na história do futebol”, esbravejou, antes de criticar o Superior Tribunal de Justiça Desportiva por estar “se metendo em muita coisa que não deve”.
A indefinição do treinador alvinegro de 2015 também foi motivo para críticas de Andrés. Ele repetiu sua clara discordância com a posição de Gobbi, que deixa a presidência em fevereiro e não quer decidir sozinho. Para o ex-presidente, a justificativa da mudança de comando próxima não cola.
“Se eu fosse presidente do Corinthians, já teria renovado tempos atrás. Não sou a favor de trocar de treinador, até porque eles são parelhos. O Mano fez um bom trabalho na primeira vez e desta vez também, pelo ano difícil. Ele chegou com pessoas novas, mas, para mim, o trabalho foi muito bom”, comentou.
Andrés ainda chamou o gaúcho de “grande treinador e grande pessoa” antes de concluir. “Teria ficado com ele três meses atrás. Depende do presidente até fevereiro. O Corinthians nunca ficou sem treinador por causa de eleição. O Palmeiras teve eleição no meio do problema. Em qualquer época, mudar de treinador é ruim. E custa caro.”
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