O técnico argentino Ricardo Gareca venceu pela primeira vez no comando do Palmeiras na noite desta quarta-feira: 2 a 0 sobre o Avaí, em Florianópolis, no primeiro jogo do confronto pela 3ª fase da Copa do Brasil. Em seu terceiro jogo no clube, o treinador armou uma equipe repleta de reservas e poupou alguns atletas para o clássico de domingo, contra o Corinthians. E, mesmo assim, ele pode ter achado aquele que substituirá o chileno Jorge Valdivia como novo armador da equipe: Felipe Menezes deixou para trás a impressão negativa e marcou duas vezes – numa delas, um golaço. Além disso, foi bem na principal função, de servir companheiros.
Gareca, aos poucos, começa a deixar os traços de seu estilo de comando. Na segunda-feira, deu folga para o elenco, que se reapresentou apenas na terça. No único treino coletivo antes do jogo com o Avaí, o argentino deixou clara a estratégia de poupar alguns titulares. Não viajaram para Florianópolis o zagueiro Tobio, os laterais Wendel e William Matheus, o volante Renato, o meia Mendieta e o atacante Diogo. Também foram desfalques o goleiro Fernando Prass, Eguren e Lúcio, machucados, e Bernardo, que entrou em campo nesta Copa do Brasil pelo Vasco e não pode, portanto, atuar por outra equipe. E mesmo com todas as adversidades, Gareca encontrou em Santa Catarina o alívio para não ter início turbulento, e para chegar sem qualquer pressão ao clássico no Itaquerão.
Fases do jogo:
O primeiro tempo da partida foi de domínio do Avaí. Não no volume de jogo, nem no envolvimento com a bola. Mas nas chances. O time treinado por Geninho chegou mais vezes ao gol, e com mais perigo. Logo no início, uma jogada ensaiada em cobrança de escanteio, Marquinhos encontrou Cleber Santana na entrada da área. O meia chutou e a bola só não entrou porque Fábio fez boa defesa.
Depois, ainda no primeiro tempo, o Avaí teve outras boas chances, até de fora da área. O Palmeiras, totalmente desestruturado, não conseguiu encontrar o caminho para o gol.
Depois do intervalo, o Avaí não voltou com a mesma rigidez tática e perdeu força. Com Mouche deslocado pela direita e uma atuação mais participativa de Felipe Menezes, a equipe de Gareca encontrou dois gols.
O melhor: Felipe Menezes – Mesmo lento, articulou bem quando recebeu a bola. Encontrou Mouche em algumas enfiadas, quando desmarcado. Depois, marcou um golaço ao sair da marcação e chutar no canto do gol adversário, de pé esquerdo. Mais tarde, atuou como atacante. Desmarcou-se pela esquerda, viu bem a linha de impedimento e recebeu na entrada do gol, livre. De pé direito – agora com o outro – tirou do goleiro e ampliou o placar.
O pior: Wesley – Fez péssima partida. Era para jogar como o volante que vai de uma área à outra, com e sem a bola, mas cometeu inúmeros erros. Atrás, deixou espaços e sobrecarregou Josimar. Na frente, não cumpriu o papel de levar a bola a companheiros mais adiantados, como Felipe Menezes e outros atacantes.
Chave do jogo:
Felipe Menezes teve atuação de destaque porque o Palmeiras dependeu dele. Era para Wesley ter iniciado boa parte das jogadas, mas isso não funcionou. Um dos principais titulares não poupados fez péssima partida na Ressacada e contribuiu para um novo tropeço com Gareca. Coube ao meia, então, decidir.
Toque dos técnicos:
Ricardo Gareca tentou de diferentes formas driblar os próprios obstáculos – maiores do que a equipe do Avaí – com tantos titulares poupados. Quando optou por colocar o compatriota Pablo Mouche pelo lado direito do setor ofensivo, viu sua equipe colher mais frutos.
Geninho, do outro lado, mostrou interessante variação de jogadas ensaiadas. Os três setores do Avaí se movimentam de forma uniforme e sabem a hora de migrar ao campo ofensivo e ao campo defensivo. Cleber Santana, mesmo lendo, conseguiu se desmarcar em diversas situações apesar de estar entre dois volantes do Palmeiras.
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