Com tranquilidade e até bom humor, Modesto Roma Jr, presidente santista eleito no fim de 2014, apresentou nesta terça-feira os membros do novo Comitê Gestor, que em breve se tronará um grupo de conselheiros administrativos. José Renato Quaresma, José Macedo Reis, Jorge Corrêa da Costa, Lourenço Lopes, Gastone Righi, Rodrigo Marino e Paulo Roberto Dias se juntam a Modesto e o vice Cesar Conforti na missão de tirar o Santos de uma das piores crises financeiras de sua história.
“Esse é o time que vai enfrentar todos os problemas nesses três anos de tentativa e de certeza que vamos reerguer nosso clube. A situação é séria, como vocês (imprensa) sabem, e tem noticiado esses dias. Sem máscara de fatos, sem contar histórias. Viemos para falar as verdades para vocês. Não pretendemos pesar nas tintas e aliviar as cores. Vamos trabalhar em prol do Santos. Não é trabalho fácil, mas não é trabalho que nos acovarde”, discursou o presidente, ao lado de seu grupo, que teve as ausências de Gastone Righi e Cesar Conforti por motivos pessoais.
Durante a entrevista coletiva na sala de imprensa da Vila Belmiro, Modesto Roma Jr admitiu a dificuldade orçamentária do clube e deixou claro que a prioridade é quitar os salários de todo o elenco e os atrasados dos funcionários administrativos.
“Pegamos o clube em situação difícil. Não vou entrar em detalhes se o telefone foi cortado, se a floricultura não foi pago ou se tem de pagar a notinha do cadeado. A situação do clube em si é muito difícil. Vamos levar em conta o orçamento colocado pela gestão anterior, com um furo de pagamentos do ano passado de R$ 60 milhões e receitas já adiantas desse ano de R$ 60 milhões. Pegamos o clube com caixa a menos de R$ 120 milhões. Essa é a realidade. Não é fácil. Sabíamos de tudo isso antes”, ressaltou Modesto, lembrando a dívida que herdou da Gestão Odílio Rodrigues e as cotas que teria direito neste ano, porém, que já foram utilizadas. “Desci agora para a presidência e vi o grupo administrativo reunido. Todos procurando trazer dinheiro o mais rápido possível. A minha preocupação é por eles, pelos 90 atletas e 300 funcionários do Santos. Estamos preocupados com todos. Não temos varinha de condão para resolver problemas com passe de mágica”, completou o mandatário.
Ivan Storti/Santos FC
O Santos anda não pagou 13º e férias de alguns funcionários e deve três meses de salários e direitos de imagem ao elenco. Dentre tantos problemas, Modesto Roma Jr quer sanar essas dívidas o mais rápido possível.
“Estamos trabalhando no desconto de recebíveis para fazer frente a essa liquidação. Temos de fazer com rapidez, não por questões jurídicas. Vamos levar alguns dias para conseguir os salários em dia, mas vamos trabalhar para que não atrase nunca mais”, explicou.
E a solução pode vir do acordo com a empresa Huawei. O Peixe está muito próximo de acertar um acordo de uma temporada com os chineses por R$ 18 milhões. A ideia é solicitar um adiantamento de aproximadamente 40% no momento da assinatura com o intuito de utilizar a receita para quitar os salários, que podem chegar ao quarto mês de atraso nesta semana.
“Semana tensa, um ano tenso, com pressões de todo o lado. Nesse momento precisamos ter a cabeça tranquila. Se vier o patrocínio, ótimo. Mas estamos em um período de férias das empresas, as coisas estão caminhando. Tive uma reunião com os dirigentes de Huawei. Tentei falar com eles hoje, mas não consegui”, finalizou o presidente que ficará a frente do cargo nos próximos três anos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário