terça-feira, 3 de dezembro de 2013
É preciso mais do que gestos pra mudar o Futebol Brasileiro:
Se o Campeonato Brasileiro de 2014 já terminou há algum tempo dentro de campo, com a vitoria e a conquista merecida do Cruzeiro, ainda que a briga pelo rebaixamento e as vagas restantes da Libertadores das Américas continuem, meio até que decididas, fora das quatro linhas a competição parece estar bem longe de terminar.
O Bom Senso FC foi uma surpresa boa em uma competição marcada pela deficiência e insuficiência técnica, a volta das brigas de torcidas, os ingressos em preços estratosféricas, os estádios quase que vazios e a falta de boas e novas revelações. O Campeonato pode ser resumido em " o Campeonato dos Vovôs", com o grande sucesso de Alex, Paulo Bayer, Seedorf, Ronaldinho Gaúcho entre outros.
É muito bom ver uma área profissional reconhecidamente desunida e egoísta estar se juntando pelo bem do esporte, da torcida, da imprensa e deles próprios, como não era pra menos. Todos os amantes do Futebol aplaudiram de pé a iniciativa e resolveram abraçar a causa. Manifestações foram se espalhando pelo País, todo fim de semana, toda rodada do Campeonato. um minuto de silêncio, braços cruzados, jogadores sentados ou ajoelhados em campo, passes laterais, faixas, cartazes, entrevistas, reuniões com dirigentes desportivos. Valeu tudo pra aparecer e divulgar a ideia. Pontos como o Fayr Play financeiro, a redução de jogos nas competições, a inclusão de representantes de atletas nos órgãos e diretorias de federações entre outras nunca estiveram tão em alta e tão em pauta. Gestos simbólicos que até surtiram efeito, mas e dai?
Como cobrar ética na CBF se ainda dentro e fora de campo vale tudo pela vitória. Desde simular faltas para ludibriar árbitros a comprar gandulas para deixar de repor as bolas quando o time da casa vence. E o que dizer das mazelas em vestiários adversários, das agressões sem bola, das cotoveladas e entradas maldosas nos companheiros de trabalho, da falta de esportividade com aquele drible realizado, das "brabezas" dos burucutus com aquelas comemorações seguidas de dancinhas que alegram e divertem o futebol. Como cobrar moral se o linguajar é impróprio, desajeitado, deselegante e mal educado. Se a maioria dos jogadores deixaram de ter "amor a camisa" e passaram a ter "amor ao dinheiro", ao que chamam de profissionalismo, o mesmo que falta quando se força o terceiro cartão amarelo porque o jogo é muito longe ou porque domingo é aniversário do filho. Como cobrar tudo o que o movimento cobra, se ainda as categorias de base estão jogadas as traças nas mãos de quem pouco entende de futebol, se ainda se fazem documentos falsos pra que atletas mais velhos passem por jogadores mais jovens, se o esporte está na maioria das vezes nas mãos de empresários que na verdade veem o Futebol apenas como negócio. Como cobrar postura ética da CBF e das Federações se ainda vendem jogos e encaram isso como a coisa mais normal do mundo?
É preciso mais que gestos para mudar o Futebol Brasileiro. É preciso atitude.
De todos!
Marquinho Cesar - Comentarista, Esportista, Cronista, Técnico e Palpiteiro.
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