Duas medalhas de ouro olímpicas e três pódios no Campeonato Mundial de vôlei, além de cinco títulos do Grand Prix. Este é o currículo da ponteira Jaqueline, que retornou ao País nesta terça-feira sem saber se dará prosseguimento à carreira. A atleta, titular da Seleção, está sem clube para defender, já se cansou de reclamar da situação e pensa em deixar as quadras para cuidar da família.
Casada com o também jogador Murilo, Jaqueline se afastou do vôlei em 2013 para ser mãe. Arthur, primeiro filho do casal, nasceu em dezembro daquele ano e desde então a atleta pernambucana busca uma equipe para defender no País. O principal empecilho para seu retorno à Superliga é o ranqueamento de atletas criado pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).
De acordo com este sistema, cada jogadora recebe uma pontuação por seu desempenho em quadra e os times têm que montar seus elencos respeitando um limite de pontos. Jaqueline vale sete pontos. Desde a temporada 2013/2014 da Superliga, cada clube pode ter no máximo duas atletas deste nível, o mais alto do ranqueamento.
“Cansei de ficar reclamando da mesma coisa. Não tenho clube, ninguém está me ajudando e vou ter que correr atrás. Se não for jogar, vou cuidar do meu filho e da minha família, e torcer pelas meninas. Ficar batendo palma para cada uma e é isso ai. Vida que segue”, disse Jaque.
Djalma Vassão/Gazeta Press
Mesmo sem jogar este ano, a ponteira pernambucana foi convocada pelo técnico José Roberto Guimarães para a Seleção Brasileira. Foi campeã do Grand Prix e uma das melhores atletas da equipe que neste fim de semana conquistou a medalha de bronze do Campeonato Mundial da Itália.
Do time titular da Seleção, a levantadora Dani Lins, a central Thaísa e a líbero Camila Brait atuam no Molico/Osasco, último clube defendido por Jaque, e Fabiana joga no Sesi, no Brasil. Sheilla deixou a equipe da Grande São Paulo para atuar no VakifBank Istambul, da Turquia. Ferndana Garay, que também já jogou em Osasco, está há duas temporadas no vôlei internacional e este ano defenderá o Dínamo Krasnodar , na Rússia.
“Espero que a CBV possa mudar este ranqueamento porque prejudica as jogadoras, que estão saindo do País porque quase não há equipes que podem pagar. E as que podem já estão com o limite de jogadoras. Agora não tenho onde jogar. É complicado, mas é nossa realidade”, afirmou
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