O desenvolvimento do futebol nos Estados Unidos, evidenciado pelo fortalecimento da MLS (principal liga do país), tem chamado a atenção do mundo todo. Destino frequente de estudantes que buscam enriquecer seu currículo com uma experiência no exterior, a terra do Tio Sam pretende atrair brasileiros que queiram ingressar em alguma universidade norte-americana e, paralelamente, praticar o futebol. Diretor da Academia de Futebol da Darlington School, Chad Liddle veio ao Brasil para divulgar o trabalho da instituição e despertar o interesse de estudantes - homens e mulheres - prestes a terminar o ensino fundamental.
Em visita à redação da Gazeta Esportiva.net, Liddle deu detalhes sobre a metodologia de ensino da Darlington School, que se dedica exclusivamente ao High School, o equivalente ao ensino médio no Brasil. Além da Academia de Futebol, a instituição também possui academias de tênis e golfe e tem como finalidade principal ajudar os estudantes a ingressar com bolsas de estudo em universidades renomadas.
“Com o esporte, você aprende sobre a vida, aprende a lidar com as dificuldades. Essa é uma parte do sistema educacional norte-americano. Nos Estados Unidos, representar sua universidade em algum esporte é um privilégio”, disse Liddle, que não teve sua opinião em relação ao futebol brasileiro arranhada pelo vexame na última Copa do Mundo.
Gazeta Press
“Se você pretende ir ao mercado para buscar jogadores, o Brasil é o melhor lugar do mundo. Dois jogos (derrotas para Alemanha e Holanda, respectivamente na semifinal e na disputa do terceiro lugar) não podem apagar cem anos de história. A última Copa não indica o que virá pela frente para o Brasil, que ainda é a casa do futebol”, afirmou.
Empolgado com o desenvolvimento do futebol profissional nos Estados Unidos, Liddle aposta que a MLS atingirá o nível dos principais campeonatos do mundo em dez anos. “A MLS está sendo muito inteligente por contratar jogadores renomados que estão no fim da carreira. Tivemos alguns pontos da nossa história recente que ajudam a entender o sucesso do futebol, como a Copa de 1994, as Olimpíadas de Atlanta em 1996 e a Copa do Mundo Feminina de 1999, vencida por nós. Esses eventos ajudaram a mudar a mentalidade dos norte-americanos”, disse Chaddle, que ainda citou o apoio de grandes empresas, como a Microsoft, e a abertura de franquias na MLS por parte de donos de grandes equipes dos esportes mais populares dos Estados Unidos.
Corintiano no Brasil e simpatizante do Seattle Sounders e do Portland Timbers nos Estados Unidos, Chaddle aprova o trabalho desempenhado pelo alemão Jurgen Klinsmann, técnico da seleção masculina norte-americana. “Ele está fazendo um excelente trabalho, está mesclando muito bem jogadores jovens e experientes. Acredito que daqui alguns anos ficará melhor, porque ele tem convocado jogadores que poderão formar a seleção nas próximas três ou quatro Copas do Mundo. Gostaria de vê-lo mais acompanhando as seleções de base, mas entendo que ele tem um cargo que o ocupa muito. Acho que, neste momento, é o homem certo para o cargo”, completou.
Gazeta Press
Experiência – Pedro Souza, paulista de 20 anos, é um dos vários exemplos brasileiros que experimentam o futebol e estudo nos Estados Unidos. Embarcou em 2011, fez a PreSchool em Washington, Connecticut, no colégio The Gunnery, instituição com 163 anos de existência. Fez uma ótima temporada disputando os torneios da Liga Colegial, oportunidade em que foi campeão da temporada 2011/2012. O bom futebol levou Pedro a receber convites de seis universidades para permanecer em Washington, mas o jovem aceitou a transferência para a Universidade de Susquehanna, em Selinsgrove, na Pensilvânia. Pedro mora no campus, onde estuda, treina e compete.
“Estou feliz, pois posso aliar perfeitamente o esporte com o estudo de altíssimo nível”, explica Pedro. “Em minha nova casa, já fui campeão da Liga NCAA 3ª Divisão em 2012 e 2013. Estou no terceiro ano do curso de Comércio Exterior da cadeira de Economia, que é a área forte da Universidade, classificada entre os dez melhores cursos no ranking dos Estados Unidos”, completa.
Gazeta Press
Além do futebol, o soccer para os nativos, a Universidade desenvolve cerca de 20 modalidades esportivas. Assim como em outras universidades norte-americanas, há a presença maciça de estrangeiros de todos os países e continentes. Na Susquehanna, o meia-atacante Pedro e o goleiro Augusto Lima são únicos brasileiros.
“Para ser aprovado na seletiva no Brasil, eu me empenhei no curso de inglês, com duas horas diárias de aulas. Consegui 72 dos 80 pontos possíveis no Toefl (teste de língua inglesa mais conhecido e respeitado no mundo). Tenho me dedicado ao máximo às aulas e ao esporte. É uma experiência incrível”, comenta Pedro, um dos destaques da atual temporada 2014/2015, que pretende seguir em território norte-americano para uma pós-graduação e, quem sabe, na MSL, a elite do futebol dos Estados Unidos.
Nenhum comentário:
Postar um comentário