Pela manhã, segurança reforçada e
nenhum sorriso no desembarque da delegação no aeroporto de Congonhas. À noite, grande protesto da torcida em
frente ao condomínio onde mora o presidente Paulo Nobre. A atmosfera alviverde
nessa segunda-feira deixou evidente que o Palmeiras sentiu o baque da derrota
para o Atlético-MG, domingo. No vestiário do Independência, o clima entre os
atletas já era de cobrança e frustração.
O clube vive seu momento mais
turbulento desde que a atual diretoria assumiu, no início do ano passado. Em
pleno centenário, amarga oito jogos sem vencer (seis derrotas e dois empates)
no Brasileiro e está a um ponto da zona de rebaixamento. É uma das piores
sequências do clube em Brasileiros. Na campanha da queda, em 2012, os maiores jejuns
foram de seis partidas. Em 2002, nove. O recorde é de dez, em 1985 e 2011.
- Time novo, a gente tem que trabalhar,
conversar com o técnico e buscar a vitória – disse o zagueiro Tobio, um dos
únicos que topou conversar com jornalistas no aeroporto.
No domingo, o atacante Henrique aceitou
conceder entrevista coletiva no lugar de Ricardo Gareca, que se recusou a
falar. Na segunda, o técnico foi à Argentina aproveitar o dia de folga e nem
apareceu. O "sumiço" não foi bem visto por algumas pessoas do clube.
Não pela viagem, mas por não dar explicações após um resultado negativo, algo
que um jogador precisou fazer.
O argentino, porém, segue respaldado
por Paulo Nobre. Os dois conversaram em Minas Gerais, e hoje o trabalho só
seria interrompido se Gareca pedisse demissão, boato que circulou pelas redes
sociais horas após a derrota para o Galo, mas não chegou aos ouvidos da
diretoria.
O técnico, inclusive, começou a
conversar sobre o clássico contra o São Paulo já durante o jantar de domingo à
noite, no hotel em BH. O jogo já é considerado crucial, tanto que a diretoria está promovendo promoção
de ingressos.
O Palmeiras é o time com pior campanha
pós-Copa, o único que não venceu após a pausa (somou só um ponto), e o que vive
o maior jejum do Brasileiro no momento. Domingo, o discurso dos jogadores foi
unânime pela primeira vez: a briga é para fugir da degola, e Lúcio chegou a
dizer que “o pior pode acontecer”.
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