A 23ª Vara Cível de São Paulo, em decisão publicada nesta terça-feira, ordenou a suspensão de todas as atividades da Gaviões da Fiel pelos próximos 120 dias. A ordem impede os membros da organizada de comparecerem aos jogos do Corinthians, e atinge até o Carnaval: com a punição, a escola de samba da Gaviões também fica impedida de funcionar até o dia 26 de março, data posterior ao desfile de São Paulo.
A decisão considerou que a torcida descumpriu um Termo de Ajustamento de Conduta com o Ministério Público de São Paulo, que determina que ela teria que se abster de "incitar ou estimular, ainda que como mero partícipe, a violência, tanto no interior dos estádios de futebol como fora deles; e, inclusive, a se abster de promover, incitar ou estimular, ainda que como mero partícipe, de desinteligências consistentes em agressões físicas, depredações de bens móveis ou imóveis, ou troca de insultos com terceiros, pessoas físicas ou jurídicas".
O MiP-SP alegou que o descumprimento desse acordo ocorreu no dia 14 de outubro do ano passado, após um clássico entre Corinthians e São Paulo no Morumbi. Segundo o promotor Roberto Senise Lisboa, membros da organizada participaram de tumultos, com agressões físicas e verbais a terceiros na Marginal Tietê.
O advogado da Gaviões da Fiel, Davi Gebara, contesta decisão, e afirma que o episódio foi causado por uma falha na estratégia da Polícia Militar após a partida.
"Sempre que há clássicos, a torcida é escoltada do Bom Retiro ao estádio, e depois no retorno. Após esse jogo, PM acabou deixando um ônibus da Gaviões para trás, ao mesmo tempo em que liberou o comboio de torcedores do São Paulo. Isso gerou a situação, foi um erro de estratégia da PM", afirmou Gebara ao UOL Esporte.
A torcida organizada e a escola de samba são a mesma entidade. Por isso, a decisão pode atingir também os desfiles de carnaval da Gaviões de Fiel, que aconteceriam antes do fim da suspensão.
"Atinge também o carnaval. É injusto que sejamos réus em uma situação na qual não há culpa. É abusivo o pedido do Ministério Público. Vamos entrar com uma apelação, pedindo um efeito suspensivo e explicando a realidade dos fatos", completou Gebara.
Após a publicação da decisão, a organizada tem dez dias para suspender as suas atividades. Também não pode comparecer a nenhuma partida de futebol, sob pena de multa de R$ 30 mil por partida.
O Ministério Público move essa ação pedindo a extinção da torcida organizada - é o terceiro processo do órgão, que até agora não teve êxito, com esse objetivo.
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