Na última semana, o Conselho de Orientação e Fiscalização do Palmeiras (COF) registrou um novo empréstimo do presidente Paulo Nobre ao Palmeiras, no valor de cerca de R$ 7 milhões. Segundo membros do órgão, com o repasse, a quantia total emprestada pelo mandatário ao clube ultrapassou a barreira dos R$ 100 milhões – está em torno de R$ 105 milhões.
O presidente alviverde, desde o meio do ano passado, tem tomado empréstimos junto a bancos, oferecendo garantias e repassando os valores ao Palmeiras, com juros menores do que os que o clube conseguiria caso negociasse diretamente com as instituições financeiras.
O COF vêm aprovando os repasses, vistos como necessários, por duas razões. Desde a saída da Kia Motors, após o Paulistão 2013, a diretoria não conseguiu fechar com um patrocinador máster. Além disso, existem muitas receitas futuras que já foram antecipadas: o balanço de 2013 apontou R$ 57,6 milhões em receitas antecipadas, além de R$ 63,7 milhões em verbas de televisão comprometidas.
Se por um lado os empréstimos tem permitido o funcionamento do Palmeiras, por outro, incomodam a oposição, que foca suas críticas na atuação do departamento de marketing, principalmente na falta do patrocinador. O temor é de que o clube fique refém de Nobre quando ele deixar a presidência.
O presidente, porém, têm garantido a cofistas e conselheiros que será ressarcido de forma lenta, sem grande impacto no caixa alviverde. O plano do mandatário é de receber o valor em pelo menos dez anos – os juros são inferiores a 1% ao mês, e as parcelas mensais não ultrapassariam R$ 1,5 milhão.
Além disso, a dívida só começaria a ser paga a partir de 2016, o que daria ao Palmeiras tempo para que haja acordo com um patrocinador, e para que parte das receitas antecipadas volte a entrar em seus cofres.
Mesmo com os empréstimos, o ano palmeirense está longe de ser tranquilo, pelo menos sob o aspecto financeiro. Os contratos de produtividade foram instituídos, e destaques deixaram a equipe, casos de Henrique e Alan Kardec. Reforços que chegaram para 2014, como Marquinhos Gabriel e William Matheus, saíram quando receberam propostas do exterior.
O próximo a deixar o clube pode ser o chileno Valdivia: o meia tinha quase tudo certo com o Al Fujairah, dos Emirados Árabes, mas a negociação travou, e deve ser definida nesta semana.
Por ora, a diretoria aposta no trabalho do treinador argentino Ricardo Gareca, e se esforça para atender seus pedidos. Já são três argentinos contratados: Tobio, Allione e Mouche; os dois primeiros já trabalharam com Gareca no Velez Sarsfield.
Tudo isso no do centenário do clube: as festividades começam nessa quarta-feira, quando o Palmeiras enfrenta a Fiorentina, no Pacaembu, às 21h50, pela Copa EuroAmericana.
http://esporte.uol.com.br/futebol/ultimas-noticias/2014/07/29/emprestimos-de-nobre-a-palmeiras-passam-r-100-mi-e-tem-plano-de-pagamento.htm