domingo, 4 de maio de 2014

Muricy não deixa time jogar? Ganso teve 4 chances seguidas com Pato

Paulo Henrique Ganso entrou no segundo tempo da partida deste sábado, contra o Coritiba, no Pacaembu, e foi crucial para que o São Paulo não saísse derrotado. Deu belo passe para Ademilson marcar o gol de empate, na partida que terminou por 2 a 2 e começou com Ganso no banco de reservas, preterido por Pabon. Ao fim do jogo, o camisa 10 foi severo nas palavras. Criticou o esquema com quatro atacantes e sem meias, e disse que falta ao São Paulo achar um time e deixar jogar. Mas ele teve quatro chances seguidas. 
Muricy Ramalho disse desde o dia em que Pato foi contratado, antes do primeiro tempo, que o atacante que vinha do Corinthians teria de jogar como segundo homem de frente, atrás de Luis Fabiano e à frente de uma linha de quatro meias, ou como falso 9, sem o centroavante. Preferiu a primeira opção, e assim o fez desde o primeiro jogo com Pato. Para isso, inicialmente, Ganso saiu. 
 
Na estreia de Pato, contra o CSA, em Maceió, no primeiro jogo da Copa do Brasil, Muricy abriu Pabon e Osvaldo pelas pontas, tirou Ganso do centro do meio de campo para colocar Pato e manteve Luis Fabiano. Transformou o 4-2-3-1 em um 4-4-1-1, de desenho parecido, mas com a diferença de perder um armador e ganhar um segundo atacante. Durante o jogo, Ganso até entrou no segundo tempo, foi bem e convenceu o técnico que poderia ser testado com Pato. 
 
A resposta veio a partir do segundo jogo com Pato, na partida de volta contra o CSA, no Morumbi. Ganso ganhou espaço na meia direita, no lugar de Pabon. O meia, no entanto, não conseguiu corresponder como se esperava. Acabou substituído pelo jovem Gabriel Boschilia. Mesmo assim, Muricy o manteve. 
 
No jogo seguinte, contra o Botafogo, estreia do São Paulo no Brasileirão, Ganso mais uma vez foi escalado na meia direita do 4-4-1-1 com Pato. Desta vez, com time embalado por ótima atuação do atacante, o meia foi bem. O São Paulo venceu por 3 a 0 e Ganso teve o aval para permanecer, como aconteceu nas duas partidas seguintes, na derrota por 2 a 1 para o CRB, em Maceió, pela Copa do Brasil, e no empate por 1 a 1 com o Cruzeiro, em Uberlândia, pelo Brasileirão, partida na qual o São Paulo praticamente não chegou ao gol adversário. Nas duas ocasiões, no entanto, teve desempenho abaixo do esperado.
 
Do segundo jogo contra o CSA ao empate do Cruzeiro, foram quatro partidas de Ganso como titular, escalado na mesma posição. Além dele, seus companheiros do setor ofensivo foram mantidos, à exceção de Osvaldo, que jogou contra o CSA e cedeu vaga para Boschilia nas três partidas seguintes.
 
Apesar de Ganso ter apontado, ao final da partida contra o Coritiba, neste sábado, que o problema do São Paulo está no esquema com quatro atacantes e sem um armador, as deficiências da equipe parecem ser outras. Sem Ganso, Pato não teve quem ocupasse o mesmo espaço no campo - Ganso tem atuado como meia direita, mas fecha para o centro do meio de campo com a bola nos pés. Mais perto do início da jogada, o atacante que veio do Corinthians mostrou mais desenvoltura para criar oportunidades e fazer a bola correr. 
 
Contra o Coritiba, os problemas do São Paulo foram na saída de bola e nas falhas - mais intensas do lateral direito Luis Ricardo, substituto de Douglas - para recompor o sistema defensivo. Rodrigo Caio, zagueiro que joga pela direita, acabou exposto e teve problemas para conter o adversário, enquanto o meio de campo não conseguiu achar alternativas para transitar entre os campos defensivo e ofensivo. 

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