O brasileiro que mais vezes balançou as redes no Campeonato Espanhol nesta temporada passou pelo Santos. Mas jogou ainda no São Paulo, no Grêmio e até no Real Madrid antes de brilhar na Europa. Não, o personagem aqui não é Neymar, quatro gols pelo Barcelona, mas Willian José, centroavante da Real Sociedad, uma das surpresas da temporada.
Com seis gols marcados em dez partidas, ele ocupa o terceiro lugar na tabela de artilheiros da Espanha. A sua frente, só a dupla Messi e Suarez, do Barcelona, com oito. O francês Griezmann tem os mesmos seis do brasileiro, assim como Iago Aspas, do Celta de Vigo. Atrás de Willian a lista é longa. Cristiano Ronaldo e Bale, do Real Madrid, por exemplo, têm cinco gols cada. Neymar marcou quatro vezes.
A preocupação do brasileiro pode não ser muito grande, mas ele já está entre os melhores estrangeiros da história de sua nova equipe – ele foi comprado pela Real Sociedad no final de julho, após passar cinco anos pulando de clube em clube, sempre emprestado. Ninguém tinha conseguido, antes dele, marcar cinco vezes nas primeiras novas partidas com a camisa do clube. "A adaptação aqui foi a melhor possível. Fui muito bem recebido por todos. Desde a minha chegada foi uma grande satisfação e assim tem sido sempre. O grupo é muito bom e todos me ajudaram a conseguir entrosar rapidamente", falou.
A imprensa espanhola viu que o sucesso veio rápido. "Willian José se tornou a referência ofensiva desejada. Jonathas, Finnbogason e Seferovic, em quem a Real Sociedade apostou anteriormente, não chegaram perto da contribuição que o atacante brasileiro está dando neste início de temporada", elogiou o diário espanhol As. Não foi o único: para o Marca, o "início de temporada espetacular o colocam entre os melhores centroavantes estrangeiros que já defenderam" a Real Sociedad e o El Mundo avisou que o brasileiro "acabou com a maldição da camisa 9" do clube, já que, desde o retorno à primeira divisão, em 2010, os seis centroavantes contratados marcaram, em média, um gol a cada sete jogos.
Antes disso, porém, ele já vinha mostrando que poderia ser útil a um clube espanhol. Chegou ao país em 2014, em um negócio surpreendente, emprestado ao Real Madrid. Foram 16 partidas pelo Castilla, o time B dos merengues, incluindo um "hat trick" e comparações na imprensa com outro brasileiro, o sergipano Diego Costa (que hoje defende a Espanha). Pela equipe principal, foi só um jogo, entrando aos 24 minutos do segundo tempo de uma vitória por 2 a 0 sobre o Celta.
Quando deixou o Real, o As lamentou: "O 'Diego Costa' do Castilla diz adeus". O destino poderia ter sido o Brasil novamente, para defender o Palmeiras. Não deu certo e ele seguiu no futebol da Espanha. Foi a melhor decisão que tomou. Pelo Real Zaragoza, foram 11 gols na segunda divisão e mais um empréstimo, para o Las Palmas. Em um time que tinha acabado de subir, seu estilo fez sucesso: grande e forte, ele aproveitou para ser o principal artilheiro do time, com dez gols.
Na Real Sociedad, não está contribuindo só com gols. "Sua participação nas ações ofensivas é importantíssima. Quando ele domina de costas para a defesa, é praticamente impossível roubar a bola. Ele atrai os zagueiros rivais e gera espaço para seus companheiros", diz o Mundo Deportivo.
Com participação em sete (ele ainda tem uma assistência) dos 18 gols da Real na temporada, o brasileiro é o grande responsável pelo quinto lugar do time no Espanhol. No último sábado ele também brilhou ao marcar o segundo gol da vitória por 2 a 0 sobre o Atlético de Madri. Com esse gol, ele completou a tripleta: balançou as redes contra os três maiores clubes da Espanha, Atlético, Barcelona e Real Madrid. "Vencer os grandes tem sempre um sabor especial. O Atlético tem uma grande equipe, uma defesa sólida e foi campeão recentemente. Conseguimos fazer um bom jogo e isso mostra a força do nosso grupo. Vamos em busca dos nossos objetos", completou.
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