Ao ser escolhido na última quinta para assumir a presidência da CBF durante a licença de 150 dias pedida por Marco Polo Del Nero, o deputado Marcus Antônio Vicente (PP-ES) declarou que sua prioridade seria pacificar a entidade.
Porém, uma de suas primeiras ações incendiou ainda mais a política da confederação. Ele marcou para o próximo dia 16 eleição para definir o substituto de José Maria Marin, suspenso temporariamente pela Fifa desde que foi preso na Suíça. O coronel Carlos Antônio Nunes deve ser o candidato da situação.
A medida desagradou ao grupo do opositor Delfim Peixoto, presidente da Federação Catarinense. Por ser o vice mais velho da confederação, ele assume a presidência da entidade se Del Nero renunciar ou, no entender da maioria dos presidentes de federações, for suspenso pela Fifa. Procurado pelo blog, porém, o secretário-geral da entidade, Walter Feldman, disse que as federações estaduais entraram em acordo sobre a vacância do cargo.
Nunes é mais velho que Delfim e passaria a ser o primeiro na linha sucessória. Além disso, o grupo ligado ao catarinense alega que Marin não pode ser substituído, pois foi suspenso provisoriamente pela Fifa. Ao anunciar seu afastamento, a CBF disse que medida valia até o processo ser concluído. Assim, o entendimento é de que o cargo não está vago, como diz a ata de convocação da assembleia..
Assim, o gesto de Vicente foi visto como uma manobra para assegurar que Delfim não assuma a presidência.
Em reunião com representantes de 23 das 27 federações estaduais nesta sexta na qual foi discutida a situação de Marin, a direção da CBF explicou aos cartolas que o cargo de Marin ficou vago porque ele está afastado por 180 dias, como prevê o estatuto. Porém, dois presidentes de federações disseram ao blog que o estatuto da entidade não prevê a vacância nesse prazo de seis meses. E que o afastamento precisa ser referendado em assembleia, independentemente do motivo. O estatuto não está disponível no site da entidade.
O prazo para as inscrições se encerra no próximo dia 11, o que mostra a pressa da entidade. Cada candidato precisa apresentar a assinatura de apoio de oito federações e de cinco clubes.
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