Ele começou jogando futebol como
centroavante. Dentro de pouco tempo, passou a jogar mais atrás, fora da área, armando
as jogadas para o centroavante, ou seja, um segundo atacante.
Depois
de um tempo recuou um pouco mais, primeiro foi jogar de meia atacante. Jogou pela
direita. Pela esquerda. Acabou recuando mais um pouquinho. Jogou de volante.
Primeiro volante, segundo volante. Dentro de pouco tempo já estava na quarta
zaga, depois na zaga central então...
Foi aí que ele se deu conta de que
não havia nascido para jogar futebol. Apesar de tanto esforço ele não conseguia
se firmar em nenhuma posição. E, o que era pior, já havia tentado jogar em
todas as posições, ou melhor, em quase todas as posições. Só faltava tentar a
posição de goleiro.
O problema era que, o que ele mais
queria na vida era viver o futebol. Amava aquele mundo. Gostava da adrenalidade
do pré-jogo. A ansiedade. O friozinho na barriga. Aquele clima de disputa. A
rivalidade entre as equipes. No entanto, a dúvida: Como viver o futebol, sem
saber jogar futebol? Abandonar seu sonho estava fora de questão. Não queria e
nem seria capaz de viver longe deste esporte, que tanto amava. Por isso só lhe
restava uma alternativa. Só lhe restava uma saída.
Depois de tentar jogar em quase
todas as posições do campo, tomou uma decisão. Decisão que dava novos rumos a
sua carreira. Decisão que mudaria para sempre a sua vida. Que mudaria para
sempre a sua maneira de viver e sentir o esporte que tanto amava. A partir
daquele dia ele decidiu que seria parte integrante de uma torcida organizada.
Por que goleiro. Goleiro nem pensar!
Nem pensar!
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